Resenha - Todo mundo vê formigas

Olá, amores!

Vamos falar sobre problemas familiares, bullying e formigas, muitas formigas?
🐜"É. Se há gente que não vê formigas, eu diria que é na proporção de uma a cada um milhão de pessoas." 🐜

Crises familiares, bullying e formigas. Esse pode ser um rápido resumo do contexto de “Todo mundo vê formigas”.
Mais uma vez A.S. King aborda, de forma suave e divertida, um tema importante sobre a realidade dos jovens.
Rendendo muitos quotes que nos fazem refletir sobre a mente de um adolescente, o livro é narrado através da forma como Lucky Linderman vê o mundo.

Um adolescente tímido de quinze anos que sofre bullying desde os sete, como ele mesmo diz “por mais da metade de sua vida”. Mas Lucky não deixa a peteca cair, ele continua seguindo em frente mesmo sendo sempre ameaçado pelo terrível Nader McMillan (sério gente, que garoto irritante). Claro, o garoto tem seus altos e baixos, mas geralmente ele tenta levar a vida, principalmente se escondendo atrás de livros e nos sonhos que ele tem com seu avô.

🐜"Fico deitado por um tempo, me sentindo como um herói da selva. Mas então escuto meus pais conversando na sala de estar, e então me lembro que sou na verdade a porcaria de um fracassado do subúrbio."🐜

No primeiro ano do ensino médio ele até tenta ser amigo do McMillan, mas isso só dura até o dia em que ele faz uma simples pergunta para um trabalho escolar, uma pergunta que faz os orientadores, professores e os pais de Lucky surtarem: “se você fosse cometer suicídio, qual método usaria?”. Essa pergunta é o estopim para orientadores e psicólogos que começam a se preocupar com o bem-estar do garoto, quando na verdade eles deveriam se concentrar nas respostas que Lucky recebeu de seus colegas.
Para se explicar sobre o questionário, Lucky afirma que aquela é apenas uma brincadeira entre ele e os amigos, e um deles é Nader. E adivinha? Nader volta a atormentar Lucky, e dessa vez com força total. O pior é que ninguém faz nada pelo coitado do Lucky, nem os pais, nem a escola e Lucky não tem amigos para defende-lo.
Tudo que ele tem é seu avô, um homem que foi para a guerra do Vietnã em 1971 e nunca mais voltou, mas Lucky encontra ele todas as noites, em seus sonhos onde o garoto sempre tenta resgatar seu avô.
Todo mundo fecha os olhos para o que acontece com Lucky, até o dia em que um episódio realmente violento, onde, como um dos efeitos do trauma, Lucky começa a ver formigas, faz a mãe de Lucky se revoltar, e ela entra em um avião com o filho e vai para o outro lado do país, passar uns dias com o irmão e a cunhada, deixando para trás o marido, que não toma uma atitude sobre o assunto do filho e ainda por cima está sempre ausente ocupando com seu trabalho como chefe de cozinha.

🐜"Minha mãe fica olhando para meu pai. As formigas entregam a ela uma broca para ela furar o crânio dele. Foi preciso cem delas para transportar a broca até o banco da frente"🐜

Cidade nova, pessoas novas, tudo diferente? Talvez para Lucky sim, pela primeira vez ele tem a oportunidade de ver as coisas de outra forma, famílias desgraçadas pela traição, filhos que não podem viver fora das rédeas curtas dos pais, pessoas que tentam esconder seus sofrimentos através de todos os tipos de medicamentos, além disso ele pode ser apenas o Lucky, um garoto que não vive escondido pelos corredores com medo de ser agredido. E é aí que ele percebe que pode ser mais forte, que pode ser alguém no mundo.

🐜"'Todo mundo vê formigas?'
Meu avô olha para mim e diz:
'Bem, quantas pessoas você acha que vivem vidas perfeitas, filho? Todos nós somos vítimas de algo uma hora ou outra, não?'"🐜

O livro trata principalmente sobre como a pessoa se sente inferior e incapaz quando sofre assédio moral e mostra que a atitude está em nós mesmo. Temos aqui um tema excelente que fala diretamente com os jovens, a leitura é leve e flui muito bem. Só acho que a autora deixou muitas pontas soltas e acabei me decepcionando um pouco ao final da leitura, principalmente no quesito Lucky vs Nader. Mas gostei muito do personagem e de como ele encara a sua realidade.

🐜"Vejo as formigas no chão de terra encenarem um tiroteio com pistolinhas. Às vezes eu invejo o quanto elas se divertem"🐜


"Todo mundo vê formigas" é o segundo livro da A.S. King lançado pela Gutenberg, o primeiro "Os dois mundos de Astrid Jones" também já foi resenhado aqui no blog e fala sobre outro tema tabu: a homossexualidade.
Mais uma vez, amei a capa, também gostei muito da diagramação do livro e das formiguinhas que estão sempre presentes pelas páginas.

Beijos😘
Juh Bernardo

3 Gostou? Comente!:

  1. Oi!
    Quero MUITO ler algo dessa autora, adoro o trabalho que a guttenberg fez mas ainda prefiro as capas americanas.
    Adorei a resenha, provavelmente uma leitura que gostaria.
    Abraços!
    http://leituraforadeserie.blogspot.com/

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  2. Ooi, tudo bom??
    Só vejo comentários maravilhosos sobre a autora, fiquei super curiosa com esse novo livro dela, adoro livros que tratam sobre o bullying e a inferioridade, temas super importantes para os jovens \o/
    Beijoos,
    Sétima Onda Literária

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  3. Oiieeee

    Tenho vontade de conferir esse livro, justamente por trazer-nos uma obra diferente e tratar de temas nem sempre tão abordados. A capa ficou muito fofa.

    Beijokas

    aliceandthebooks.blogspot.com.ar

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